O natal já vinha perto
E, em casa, que confusão
Toda a gente atarefada
Com a vassoura na mão.
E as aranhas perseguidas
Fugiam a oito patas.
E iam esconder-se no sótão
Com os ratos e baratas.
Lá em cima, muito tristes,
Lamentavam o seu mal:
-Ai, se ao menos nos deixassem
Ver a árvore de natal!
Mas, o menino Jesus
Mandou-lhes este recado,
Por uma estrela que brilhava
Entre as frestas do telhado:
Quando a gente desta casa
Estiver toda deitada,
Aranhas, tendes licença
As aranhas, uma a uma
Saíram lá do seu canto.
E foram ver o pinheiro
Que estava mesmo um encanto.
De ir ver a árvore enfeitada.
Mas, ao andarem pelos ramos
As pobres aranhas feias
Deixavam atrás de si
Os fios cinzentos das teias!
O Deus Menino, porém
Estendeu a sua mão bendita.
Transformando em fios de prata
Os sinais dessa visita.
Dizem que foi desde então,
Que se tornou habitual
Enfeitar com os fios brilhantes
As árvores de Natal.
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